quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
DISLEXIA - Sugestões para os professores
Destaquei algumas sugestões que considero importantes para que ele se sinta seguro, querido e aceito pelo professor e pelos colegas.
• O Disléxico tem uma história de fracassos e cobranças que o fazem sentir-se incapaz. Motivá-lo, exigirá de nós mais esforço e disponibilidade do que dispensamos aos demais;
• Não receie que seu apoio ou atenção vá acomodar o aluno ou fazê-lo sentir-se menos responsável. Depois de tantos insucessos e auto-estima rebaixada, ele tende a demorar mais a reagir para acreditar nele mesmo;
MELHORANDO A AUTO-ESTIMA:
• Incentive o aluno a restaurar o confiança em si próprio, valorizando o que ele gosta e faz bem feito;
• Ressalte os acertos, ainda que pequenos, e não enfatize os erros;
• Valorize o esforço e interesse do aluno;
• Atribua-lhe tarefas que possam fazê-lo sentir-se útil;
• Evite usar a expressão "tente esforçar-se" ou outras semelhantes, pois o que ele faz é o que ele é capaz de fazer no momento;
• Fale francamente sobre suas dificuldades sem, porém, fazê-lo sentir-se incapaz, mas auxiliando-o a superá-las;
• Respeite o seu ritmo, pois a criança com dificuldade de linguagem tem problemas de processamento da informação. Ela precisa de mais tempo para pensar, para dar sentido ao que ela viu e ouviu;
• Um professor pode elevar a auto-estima de um aluno estando interessado nele como pessoa;
Nós não aprendemos pelo fracasso, mas sim pelos sucessos
ATIVIDADES:
• Certifique-se de que as tarefas de casa foram compreendidas e anotadas corretamente;
• Certifique-se de que seu aluno pode ler e compreender o enunciado ou a questão. Caso contrário, leia as instruções para ele;
• Leve em conta as dificuldades específicas do aluno e as dificuldades da nossa língua quando corrigir os deveres;
• Estimule a expressão verbal do aluno;
• Dê instruções e orientações curtas e simples que evitem confusões;
• Dê "dicas" específicas de como o aluno pode aprender ou estudar a sua disciplina;
• Oriente o aluno sobre como organizar-se no tempo e no espaço;
• Não insista em exercícios de fixação repetitivos e numerosos, pois isso não diminui a sua dificuldade;
• Dê explicações de "como fazer" sempre que possível, posicionando-se ao seu lado;
• Utilize o computador, mas certifique-se de que o programa é adequado ao seu nível. Crianças com dificuldade de linguagem são mais sensíveis às críticas, e o computador, quando usado com programas que emitem sons estranhos cada vez que a criança erra, só reforçará as idéias negativas que elas tem de si mesmas e aumentará sua ansiedade;
• Permita o uso de gravador;
• Esquematize o conteúdo das aulas quando o assunto for muito difícil para o aluno. Assim, a professora terá a garantia de que ele está adquirindo os principais conceitos da matéria através de esquemas claros e didáticos;
• "Uma imagem vale mais que mil palavras": demonstrações e filmes podem ser utilizados para enfatizar as aulas, variar as estratégias e motivá-los. Auxiliam na integração da modalidade auditiva e visual , e a discussão em sala que se segue auxilia o aluno organizar a informação. Por exemplo: para explicar a mudança do estado físico da água líquida para gasosa, faça-o visualizar uma chaleira com a água fervendo;
• Não insista para que o aluno leia em voz alta perante a turma, pois ele tem consciência de seus erros. A maioria dos textos de seu nível é difícil para ele;
Alunos disléxicos podem ser bem sucedidos em uma classe regular. O sucesso dependerá do cuidado em relação à sua leitura e das estratégias usadas.
DISLEXIA - O papel do psicopedagogo

A intervenção do psicopedagogo vai variar conforme o tipo de dislexia: fonológica, lexical ou mista.Sanchez fala de dois tipos de intervenção:
O primeiro, mais global, dirige-se à pessoa do disléxico e visa a três objetivos:
1º) levar o disléxico a reencontrar-se consigo mesmo. Através de mudanças no sistema motivacional, favorecer um controle emocional durante a leitura e auxiliar para que tenha uma boa imagem de si mesmo e consiga conviver com as dificuldades.
2º) possibilitar ao disléxico o reencontro com a leitura. Partindo de textos curtos, interessantes e lidos de forma conjunta, possibilitar que a leitura desperte, no disléxico, sentimentos positivos.
3º) criar redes com a escola e a família.
O segundo tipo de intervenção dirige-se aos déficits específicos do disléxico, auxiliando a melhorar a capacidade para operar com as regras que relacionam fonologia – ortografia e trabalhando a compreensão de textos.
O primeiro, mais global, dirige-se à pessoa do disléxico e visa a três objetivos:
1º) levar o disléxico a reencontrar-se consigo mesmo. Através de mudanças no sistema motivacional, favorecer um controle emocional durante a leitura e auxiliar para que tenha uma boa imagem de si mesmo e consiga conviver com as dificuldades.
2º) possibilitar ao disléxico o reencontro com a leitura. Partindo de textos curtos, interessantes e lidos de forma conjunta, possibilitar que a leitura desperte, no disléxico, sentimentos positivos.
3º) criar redes com a escola e a família.
O segundo tipo de intervenção dirige-se aos déficits específicos do disléxico, auxiliando a melhorar a capacidade para operar com as regras que relacionam fonologia – ortografia e trabalhando a compreensão de textos.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Dislexia, as muitas faces de um problema de linguagem

- Meu filho foi mal alfabetizado? ele é disléxico?
—Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem?
Problemas de aprendizagem são as múltiplas varetas de um amplo guarda-chuva.Dislexia é apenas uma delas, mas muito especial.É mais fácil conceituá-la através do que não é do que defini-la pelo que é.Com toda a certeza não é um problema de inteligência, tampouco uma deficiência visual ou auditiva, muito menos um problema afetivo-emocional. Então o que é ?
Dislexia é uma dificuldade específica de linguagem, que se apresenta na língua
escrita.
A dislexia vai emergir nos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita, mas já se encontrava subjacente a este processo.É uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, organizando-os corretamente.
É certamente um modo peculiar de funcionamento dos centros neurológicos de linguagem. É frequente encontrar-se outras pessoas com dificuldades semelhantes nas
histórias familiares.
Dislexia , não é culpa de ninguém, nasce -se assim.O importante é aceitar a dislexia como uma dificuldade de linguagem que deve ser tratada por profissionais especializados. As escolas podem acolher os alunos com dislexia, sem
modificar os seus projetos pedagógicos curriculares. Procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno vir a desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas. Vale relembrar que os disléxicos estão em boa companhia junto a Leonardo da Vinci e Tom Cruise, Einstein e Nelson Rockefeller, Hans Christian Andersen e Agatha Christie, entre muitos outros.
O bom desempenho na leitura provém do equilíbrio entre o desenvolvimento das
operações da leitura, decodificação e compreensão, interagindo com os estágios de
desenvolvimento do pensamento e da linguagem. É necessário não esquecer a importância dos vínculos afetivos estabelecidos com a aprendizagem. Bons ou maus
vínculos são preditivos de sucesso ou fracasso, nesta jornada.
O sucesso da operação inicial de leitura, a decodificação, vai depender da habilidade
linguística para transformar um sinal escrito, a letra, num sinal sonoro, o som, e viceversa.
Associar letras e sons correspondentes, organizar, sequenciar e encadear esta corrente sonora, é o caminho percorrido para se apreender a palavra escrita.
Aqui mora a dificuldade do disléxico.
Quanto mais a leitura e escrita, são necessárias na vida escolar, mais a dislexia se
revela, sendo confundida, muitas vezes, com problemas gerais de aprendizagem.
As pessoas com dislexia tem dificuldades de aprendizagem, porque tem dificuldades
específicas de linguagem, não por dificuldades emocionais, lógico-operatórias ou sócioculturais.
As dificuldades de aprendizagem, presentes na dislexia, são alterações decorrentes
das dificuldades específicas no processamento linguístico, que tem a leitura e a escrita como suas ferramentas principais.
O valor da intervenção precoce, no caso de suspeitarmos da presença de fatores
disléxicos, fala por si mesma, mas só podemos considerar que alguém é disléxico, após
dois anos de vivências leitoras. Antes deste período podemos detectar "dificuldades oum transtornos de leitura", que já necessitam de cuidados especiais, numa postura preventiva.
Há muitos sinais, visíveis nos comportamentos e nos cadernos das crianças, que podem
auxiliar aos pais e educadores a identificar precocemente alguns dos sinais preditivos de dislexia. A dislexia pode estar associada à quadros de déficit de atenção (DDA), mas nem todo o déficit de atenção é acompanhado de dislexia. Citamos algumas dificuldades, tais como:
- demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem oral; dificuldades de expressão e
compreensão; alterações persistentes na fala;
- copiar e escrever números e letras inadequadamente;
-dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, dias da semana e meses do ano;
- dificuldades para organizar sequências espaciais e temporais, ordenar as letras do
alfabeto, sílabas em palavras longas, seqüências de fatos ;
-pouco tempo de atenção nas atividades, ainda que sejam muito interessantes;
-dificuldade em memorizar fatos recentes - números de telefones e recados, por exemplo;
- severas dificuldades para organizar a agenda escolar ou da rotina diária;
-dificuldade em participar de brincadeiras coletivas;
-pouco interesse em livros impressos e escutar histórias;
É preciso ter uma especial atenção com as crianças que gostam de conversar, são
curiosas, entendem e falam bem, mas aparentam desinteresse em ler e escrever. Vale a
pena, no caso de crianças leitoras, oferecer um mesmo problema matemático, escrito e
oral, e comparar as respostas. Frequentemente encontramos respostas diferentes, corretas na questão oral e incorreta na mesma questão escrita.
A mesma criança que parece não saber resolver um problema matemático por escrito,
poderá ter um desempenho surpreendente quando o mesmo problema lhe é apresentado
oralmente. Esta situação exemplifica como podemos confundir os sinais - a dificuldade não é na aprendizagem da matemática, mas na leitura.
A pessoa com dislexia não mereceria ser atendida na vida escolar através de seus
melhores canais de comunicação— a linguagem oral antecedendo a linguagem
escrita ? É um caso a pensar …
Mas a dislexia não é privilégio das crianças recém alfabetizadas, ou que estão na 1ª/2ª séries.
Há crianças que apesar de todas estas dificuldades, conseguem aprender a ler mas vão
carregando a sua dislexia camuflada.
Estas crianças, incompreendidas em suas dificuldades, muitas vezes são vistas como
desinteressadas, e cobradas com quantias que não têm como pagar. É quando podem
surgir as reações de apatia ou revolta.
Sempre nos dão sinais, é só seguir as pistas para melhor compreendê-los:
-dificuldades nas aquisições lingüísticas: dificuldades em reconhecer rimas e aliterações;
vocabulário reduzido; construções gramáticais inadequadas, severa dificuldade para
entender as palavras pelo seu significado ;
-dificuldade em fazer cópias, trabalhos e agendas incompletas;
-dificuldade na leitura, lê mas não entende o que leu;
-importantes dificuldades de organização sequencial tempo-espacial; seqüências e rotinas diárias;
-dificuldades em matemática, cálculos e desenhos geométricos;
-grande dificuldade para organizar-se em suas tarefas de vida diária;
-especial dificuldade para aprender uma segunda língua;
-confusões de orientação, trabalhar com dicionários e mapas é mais um complicador.
- alterações de comportamento - agressividade, desinterêsse, baixa auto-estima e até
mesmo condutas opositivas-desafiadoras.
Enfim, o disléxico não identificado, pode reagir a tantos obstáculos com comportamentos inadequados, que complicam ainda mais a sua vida.
Mesmo dando tantas pistas, o disléxico pode não ser reconhecido como tal e chegar à vida adulta carregando frustrações que o impedem de tomar conhecimento de suas habilidades, que certamente são muitas.
Felizmente já existem profissionais que estão atentos aos problemas da dislexia e tentando vir ao encontro desta população desassistida, através de associações, com objetivo de
ampliar as pesquisas, estudos e oferecer apoio às famílias, escolas e profissionais que atuam junto à estas pessoas portadoras de dificuldades específicas de linguagem escrita - a dislexia.
No Rio de Janeiro já está funcionando a AND - Associação Nacional de Dislexia, uma
associação sem fins lucrativos, constituida por profissionais de fonoaudiologia,
psicopedagogia, psicologia, que vêm prestando serviços de diagnóstico diferencial às
famílias e escolas da comunidade.
Importante é pensar a dislexia como uma modalidade peculiar de processamento da
linguagem, o que vem sendo cada vez mais pesquisado pelas ciências neuro-cognitivas,
tendo a linguagem como vetor.
A pessoa com dislexia, ou com fatores disléxicos, mereceria ser examinada e
acompanhada por profissionais especializados em linguagem, para que não venham a ser
confundidos os sintomas de distúrbios na linguagem com distúrbios de aprendizagem.
Vale lembrar —alguém não é apenas a dificuldade que apresenta, esta é só um detalhe de uma paisagem, rica, complexa e bela.
Autoria: Clélia Argolo Estill -Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica
Observação: este artigo foi publicado no jornal "OGlobo" - Jornal da Família
—Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem?
Problemas de aprendizagem são as múltiplas varetas de um amplo guarda-chuva.Dislexia é apenas uma delas, mas muito especial.É mais fácil conceituá-la através do que não é do que defini-la pelo que é.Com toda a certeza não é um problema de inteligência, tampouco uma deficiência visual ou auditiva, muito menos um problema afetivo-emocional. Então o que é ?
Dislexia é uma dificuldade específica de linguagem, que se apresenta na língua
escrita.
A dislexia vai emergir nos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita, mas já se encontrava subjacente a este processo.É uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, organizando-os corretamente.
É certamente um modo peculiar de funcionamento dos centros neurológicos de linguagem. É frequente encontrar-se outras pessoas com dificuldades semelhantes nas
histórias familiares.
Dislexia , não é culpa de ninguém, nasce -se assim.O importante é aceitar a dislexia como uma dificuldade de linguagem que deve ser tratada por profissionais especializados. As escolas podem acolher os alunos com dislexia, sem
modificar os seus projetos pedagógicos curriculares. Procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno vir a desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas. Vale relembrar que os disléxicos estão em boa companhia junto a Leonardo da Vinci e Tom Cruise, Einstein e Nelson Rockefeller, Hans Christian Andersen e Agatha Christie, entre muitos outros.
O bom desempenho na leitura provém do equilíbrio entre o desenvolvimento das
operações da leitura, decodificação e compreensão, interagindo com os estágios de
desenvolvimento do pensamento e da linguagem. É necessário não esquecer a importância dos vínculos afetivos estabelecidos com a aprendizagem. Bons ou maus
vínculos são preditivos de sucesso ou fracasso, nesta jornada.
O sucesso da operação inicial de leitura, a decodificação, vai depender da habilidade
linguística para transformar um sinal escrito, a letra, num sinal sonoro, o som, e viceversa.
Associar letras e sons correspondentes, organizar, sequenciar e encadear esta corrente sonora, é o caminho percorrido para se apreender a palavra escrita.
Aqui mora a dificuldade do disléxico.
Quanto mais a leitura e escrita, são necessárias na vida escolar, mais a dislexia se
revela, sendo confundida, muitas vezes, com problemas gerais de aprendizagem.
As pessoas com dislexia tem dificuldades de aprendizagem, porque tem dificuldades
específicas de linguagem, não por dificuldades emocionais, lógico-operatórias ou sócioculturais.
As dificuldades de aprendizagem, presentes na dislexia, são alterações decorrentes
das dificuldades específicas no processamento linguístico, que tem a leitura e a escrita como suas ferramentas principais.
O valor da intervenção precoce, no caso de suspeitarmos da presença de fatores
disléxicos, fala por si mesma, mas só podemos considerar que alguém é disléxico, após
dois anos de vivências leitoras. Antes deste período podemos detectar "dificuldades oum transtornos de leitura", que já necessitam de cuidados especiais, numa postura preventiva.
Há muitos sinais, visíveis nos comportamentos e nos cadernos das crianças, que podem
auxiliar aos pais e educadores a identificar precocemente alguns dos sinais preditivos de dislexia. A dislexia pode estar associada à quadros de déficit de atenção (DDA), mas nem todo o déficit de atenção é acompanhado de dislexia. Citamos algumas dificuldades, tais como:
- demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem oral; dificuldades de expressão e
compreensão; alterações persistentes na fala;
- copiar e escrever números e letras inadequadamente;
-dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, dias da semana e meses do ano;
- dificuldades para organizar sequências espaciais e temporais, ordenar as letras do
alfabeto, sílabas em palavras longas, seqüências de fatos ;
-pouco tempo de atenção nas atividades, ainda que sejam muito interessantes;
-dificuldade em memorizar fatos recentes - números de telefones e recados, por exemplo;
- severas dificuldades para organizar a agenda escolar ou da rotina diária;
-dificuldade em participar de brincadeiras coletivas;
-pouco interesse em livros impressos e escutar histórias;
É preciso ter uma especial atenção com as crianças que gostam de conversar, são
curiosas, entendem e falam bem, mas aparentam desinteresse em ler e escrever. Vale a
pena, no caso de crianças leitoras, oferecer um mesmo problema matemático, escrito e
oral, e comparar as respostas. Frequentemente encontramos respostas diferentes, corretas na questão oral e incorreta na mesma questão escrita.
A mesma criança que parece não saber resolver um problema matemático por escrito,
poderá ter um desempenho surpreendente quando o mesmo problema lhe é apresentado
oralmente. Esta situação exemplifica como podemos confundir os sinais - a dificuldade não é na aprendizagem da matemática, mas na leitura.
A pessoa com dislexia não mereceria ser atendida na vida escolar através de seus
melhores canais de comunicação— a linguagem oral antecedendo a linguagem
escrita ? É um caso a pensar …
Mas a dislexia não é privilégio das crianças recém alfabetizadas, ou que estão na 1ª/2ª séries.
Há crianças que apesar de todas estas dificuldades, conseguem aprender a ler mas vão
carregando a sua dislexia camuflada.
Estas crianças, incompreendidas em suas dificuldades, muitas vezes são vistas como
desinteressadas, e cobradas com quantias que não têm como pagar. É quando podem
surgir as reações de apatia ou revolta.
Sempre nos dão sinais, é só seguir as pistas para melhor compreendê-los:
-dificuldades nas aquisições lingüísticas: dificuldades em reconhecer rimas e aliterações;
vocabulário reduzido; construções gramáticais inadequadas, severa dificuldade para
entender as palavras pelo seu significado ;
-dificuldade em fazer cópias, trabalhos e agendas incompletas;
-dificuldade na leitura, lê mas não entende o que leu;
-importantes dificuldades de organização sequencial tempo-espacial; seqüências e rotinas diárias;
-dificuldades em matemática, cálculos e desenhos geométricos;
-grande dificuldade para organizar-se em suas tarefas de vida diária;
-especial dificuldade para aprender uma segunda língua;
-confusões de orientação, trabalhar com dicionários e mapas é mais um complicador.
- alterações de comportamento - agressividade, desinterêsse, baixa auto-estima e até
mesmo condutas opositivas-desafiadoras.
Enfim, o disléxico não identificado, pode reagir a tantos obstáculos com comportamentos inadequados, que complicam ainda mais a sua vida.
Mesmo dando tantas pistas, o disléxico pode não ser reconhecido como tal e chegar à vida adulta carregando frustrações que o impedem de tomar conhecimento de suas habilidades, que certamente são muitas.
Felizmente já existem profissionais que estão atentos aos problemas da dislexia e tentando vir ao encontro desta população desassistida, através de associações, com objetivo de
ampliar as pesquisas, estudos e oferecer apoio às famílias, escolas e profissionais que atuam junto à estas pessoas portadoras de dificuldades específicas de linguagem escrita - a dislexia.
No Rio de Janeiro já está funcionando a AND - Associação Nacional de Dislexia, uma
associação sem fins lucrativos, constituida por profissionais de fonoaudiologia,
psicopedagogia, psicologia, que vêm prestando serviços de diagnóstico diferencial às
famílias e escolas da comunidade.
Importante é pensar a dislexia como uma modalidade peculiar de processamento da
linguagem, o que vem sendo cada vez mais pesquisado pelas ciências neuro-cognitivas,
tendo a linguagem como vetor.
A pessoa com dislexia, ou com fatores disléxicos, mereceria ser examinada e
acompanhada por profissionais especializados em linguagem, para que não venham a ser
confundidos os sintomas de distúrbios na linguagem com distúrbios de aprendizagem.
Vale lembrar —alguém não é apenas a dificuldade que apresenta, esta é só um detalhe de uma paisagem, rica, complexa e bela.
Autoria: Clélia Argolo Estill -Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica
Observação: este artigo foi publicado no jornal "OGlobo" - Jornal da Família
Dislexia - como os pais podem ajudar?

eu filho não está indo bem na escola. Ele é o primeiro a saber, mas não sabe o que fazer e como explicar o que acontece. Quanto mais o tempo passar sem que ele tenha ajuda, maiores serão suas dificuldades.
SEJA POSITIVO
•Descubra tudo que você puder sobre o desempenho de seu filho e os melhores caminhos para ele.
•Procure o profissional adequado para ajuda-lo. Pai e mãe devem participar juntos desta tarefa.
SEJA PACIENTE E PERSEVERANTE
•Tente desenvolver um bom relacionamento com seus professores e discuta se possível o problema com eles.
•Sempre se pergunte: “O que eu estou fazendo: estou ajudando meu filho ou somente estou dando vazão à minha frustração?”
•Tente ficar calmo ao receber alguma notificação escolar.
•Ensine seu filho a fazer coisas por si próprio, dando-lhe autonomia.
•Ensine a ele como se organizar, usando seu tempo da melhor maneira.
•Seja paciente com os progressos que ele fizer, quando estiver tendo atendimento apropriado. Não vão acontecer milagres. Tudo isto leva tempo. É necessário muita determinação e esforço.
SEJA ATENTO
•Ele poderá ter muitos desapontamentos como: ser chamado de bobo ou preguiçoso, chegar atrasado em compromissos, ter frustrações nos trabalhos escolares. Mas vocês como pais podem ajudá-lo a vencer a maioria deles, desde que percebam a tempo. Preste atenção nos sinais de stress, como enurese ou introversão. Não pense que necessariamente todos esses sinais são por causa da dislexia. Seu filho está crescendo e pode ter problemas como qualquer adolescente. Tem que haver uma intervenção gentil, mas com firmeza.
•Vários professores, psicólogos, clínicos e outros profissionais, de alguma maneira compreendem e são solidários aos disléxicos.
•Não o deixe desistir.
•Ele poderá ficar tão cansado com o esforço que faz na escola, que precisará, eventualmente, ter um dia mais folgado.
•Sua criança é disléxica e depende muito de sua atenção. Mas não dê mais atenção a ela do que aos outros membros da família.
•Nunca compare crianças.
•Você pode se tornar neurótico(a) ou super protetor(a), o que é um perigo.
SEJA PRÁTICO
•Qualquer que seja a idade de seu filho, leia para ele. Muitos disléxicos não compreendem o que estão lendo e é quando você deve agir.
•Digite suas anotações escolares.
•Algumas matérias podem ser gravadas em fita cassete.
•Desenvolva o interesse dele por arte de um modo geral ( teatro, música, arte e música ).
•Assista TV, vídeos com ele e depois converse sobre o que viram.
•Incentive as atividades livres.
•Elogie, motive, informe e estimule sua auto confiança e sua auto-estima.
BOTÕES E LAÇOS
•Não é simples ensiná-los a amarrar cordões em sapatos e a abotoar.
•Sapatos sem cadarços com elástico, ou velcro, podem diminuir o problema, apesar não o resolver.
•Uma pessoa canhota, exercita tarefas de maneira diferente da pessoa destra. Por isso se você e seu filho não usam o mesmo lado das mãos (a mesma lateralidade), você deve ensinar essas tarefas em frente a ele. Caso vocês usem o mesmo lado, isto é, ambos são destros ou ambos são canhotos, você deve ficar atrás dele para ensiná-lo.
•Para ensinar a abotoar, sempre comece da parte inferior do botão e não em cima, pois fica embaixo de seu queixo e ele não poderá ver bem.
•Explique à criança o que você está fazendo, enquanto está executando a tarefa.
Fonte: www.andislexia.org.br
SEJA POSITIVO
•Descubra tudo que você puder sobre o desempenho de seu filho e os melhores caminhos para ele.
•Procure o profissional adequado para ajuda-lo. Pai e mãe devem participar juntos desta tarefa.
SEJA PACIENTE E PERSEVERANTE
•Tente desenvolver um bom relacionamento com seus professores e discuta se possível o problema com eles.
•Sempre se pergunte: “O que eu estou fazendo: estou ajudando meu filho ou somente estou dando vazão à minha frustração?”
•Tente ficar calmo ao receber alguma notificação escolar.
•Ensine seu filho a fazer coisas por si próprio, dando-lhe autonomia.
•Ensine a ele como se organizar, usando seu tempo da melhor maneira.
•Seja paciente com os progressos que ele fizer, quando estiver tendo atendimento apropriado. Não vão acontecer milagres. Tudo isto leva tempo. É necessário muita determinação e esforço.
SEJA ATENTO
•Ele poderá ter muitos desapontamentos como: ser chamado de bobo ou preguiçoso, chegar atrasado em compromissos, ter frustrações nos trabalhos escolares. Mas vocês como pais podem ajudá-lo a vencer a maioria deles, desde que percebam a tempo. Preste atenção nos sinais de stress, como enurese ou introversão. Não pense que necessariamente todos esses sinais são por causa da dislexia. Seu filho está crescendo e pode ter problemas como qualquer adolescente. Tem que haver uma intervenção gentil, mas com firmeza.
•Vários professores, psicólogos, clínicos e outros profissionais, de alguma maneira compreendem e são solidários aos disléxicos.
•Não o deixe desistir.
•Ele poderá ficar tão cansado com o esforço que faz na escola, que precisará, eventualmente, ter um dia mais folgado.
•Sua criança é disléxica e depende muito de sua atenção. Mas não dê mais atenção a ela do que aos outros membros da família.
•Nunca compare crianças.
•Você pode se tornar neurótico(a) ou super protetor(a), o que é um perigo.
SEJA PRÁTICO
•Qualquer que seja a idade de seu filho, leia para ele. Muitos disléxicos não compreendem o que estão lendo e é quando você deve agir.
•Digite suas anotações escolares.
•Algumas matérias podem ser gravadas em fita cassete.
•Desenvolva o interesse dele por arte de um modo geral ( teatro, música, arte e música ).
•Assista TV, vídeos com ele e depois converse sobre o que viram.
•Incentive as atividades livres.
•Elogie, motive, informe e estimule sua auto confiança e sua auto-estima.
BOTÕES E LAÇOS
•Não é simples ensiná-los a amarrar cordões em sapatos e a abotoar.
•Sapatos sem cadarços com elástico, ou velcro, podem diminuir o problema, apesar não o resolver.
•Uma pessoa canhota, exercita tarefas de maneira diferente da pessoa destra. Por isso se você e seu filho não usam o mesmo lado das mãos (a mesma lateralidade), você deve ensinar essas tarefas em frente a ele. Caso vocês usem o mesmo lado, isto é, ambos são destros ou ambos são canhotos, você deve ficar atrás dele para ensiná-lo.
•Para ensinar a abotoar, sempre comece da parte inferior do botão e não em cima, pois fica embaixo de seu queixo e ele não poderá ver bem.
•Explique à criança o que você está fazendo, enquanto está executando a tarefa.
Fonte: www.andislexia.org.br
Receba bem os novos alunos

Durante todo período de adaptação escolar, o professor não deve se preocupar com uma rígida execução do planejamento das atividades. Qualquer programação deverá ser alterada quando se fizer necessário, tanto em relação ao tempo, quanto ao conteúdo, desde que se note dificuldade ou desinteresse das crianças.
A adaptação escolar é um processo contínuo de mudança, crescimento, desenvolvimento e amadurecimento. É um momento em que os pequenos se deparam com duas situações delicadas: o ambiente desconhecido e a sua separação dos pais. Para muitas, essa é a primeira vez que se separam de seus entes queridos. É nesse momento também que acontecem as primeiras sensações de culpa, apreensão e alegria dos pais, influenciando de maneira significativa na maneira como eles se comportam frente à mesma.
O professor deve oferecer carinho, afeto e segurança, semelhante ao que a criança sente em sua casa, e fazendo com que a sua presença seja fundamental na vida de seus alunos.
Nas primeiras semanas as atividades deverão ser lúdicas e prazerosas, suprindo o processo de separação vivido pelas crianças e estimulando a individualidade e socialização por meio de músicas, danças, jogos e brincadeiras que possibilitem a interação dos alunos novos com os antigos.
Fotografe os primeiros dias de aula para que a criança possa rever sempre esses momentos.
Converse sobre o calendário, o tempo, a temperatura, fazendo disso uma rotina diária.
O primeiro dia...
As regras escolares devem ser estabelecidas e explicadas aos alunos logo no primeiro dia de aula. A vida na sociedade exige que se saiba lidar com leis o tempo todo. A vida familiar e escolar não são diferentes. Crianças que aprendem a respeitar as regras da família e da escola têm mais facilidade para se adequarem a limites, a serem mais colaboradoras e dispostas a competir. Por isso nos primeiros dias o professor deve juntos com a turma estabelecer as regras (combinados), que em geral, deve conter:
• Respeitar o direito dos outros;
• Cuidar do seu material e do de classe;
• Não subir em mesas e cadeiras;
• Cuidar da limpeza da sala, não jogando lixo ou papeis no chão;
• Não gritar dentro da sala, ficar em silêncio enquanto o professor fala ou conta história;
• Usar corretamente o banheiro: não jogar papel no vaso ou no chão, dar a descarga, lavar as mãos, etc.
A importância do brincar na vida da criança e no desenvolvimento infantil

“É no brincar, e talvez apenas no brincar, que cada criança ou adulto deixa friur sua liberdade de criação.”
Donald Woods Winnicott – Pediatra e Psicanalista
É maravilhoso observar uma criança brincando. A atividade lúdica produz entusiasmo, e a criança desafia seus limites, vence obstáculos, desenvolve a coordenação motora, o raciocínio criativo e a inteligência.
Sabemos que o lúdico interfere no desenvolvimento de uma criança, e ela aprende por intermédio da interação com o ambiente. Essa interação também é realizada com o ato de brincar, que faz com que a criança adquira mais confiança em si e aprimore seus conhecimentos.
Brincando, a criança desenvolve potencialidades e habilidades. Ela analisa, compara, nomeia, associa, classifica, cria, conceitua, deduz etc. Ela descobre o mundo e como ele funciona. Sua sociabilidade se desenvolve, faz amigos e aprende que existem regras que devem ser respeitadas.
Quando brinca com outras crianças, ela entende certos princípios da vida, como o de colaboração, divisão, liderança, obediência às regras e competição.
A brincadeira contribui para o processo de socialização das crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realizar atividades coletivas livremente, além de ter efeitos positivos para o processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos.
Os jogos e os brinquedos fazem parte da vida das crianças, independente da época cultura e classe social, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, em que a realidade e o faz-de-conta se confundem.
A participação dos professores nesse processo é muito importante. Propor uma brincadeira pode se tornar um momento gostoso e prazeroso.
Ao conduzir uma brincadeira:
• Dê tempo para que a criança possa explorar o material, deixando que ela tente sozinha, mas estando disponível se precisar de ajuda;
• Estimule sua auto-estima; faça com que ela se sinta capaz de aprender, dando-lhe o tempo de que precisa;
• Encoraje suas manifestações espontâneas e permita que ela tome a iniciativa;
• Introduza propostas novas, estimulando a resolução de problemas;
• Escolha brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da criança;
• Aumente a dificuldade se notar que o jogo está fácil demais e reduza-a se estiver além do seu entendimento.
Estimule e participe da fantasia da criança, sente para rir junto com elas, despertando assim a esperança neles próprios e na vida futura.
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