PROJETO REESCREVENDO FÁBULAS
Resumo
Necessitamos, como educadores, "bolir" com
o nosso imaginário e com o dos alunos, como alternativa única de trabalhar num
mundo em constante transformação e nos desacomodarmos, ousarmos a fazer
diferente. Acreditando que a leitura pode ser uma atividade deflagradora da
produção textual e do aumento da bagagem cultural, buscamos alternativas de
trabalho para essas aulas, conjugadas com as modernas tecnologias,
transformando o ato passivo frente ao texto literário em atividade
participativa da criação.
Em meio a tantas modernidades, a
arte de aprender e de ensinar não é limitada por aquilo ou por aquele que
transmite o conhecimento, mas pelo comprometimento, pela capacidade de quem
ensina e de quem procura e quer aprender. Quando falamos em aprender, quem de
nós não foi influenciado e aprendeu com histórias que nossos pais, avós e
professores contavam, perguntando ao final: Qual a moral da história?
PALAVRAS-CHAVE: literatura – leitura – valores - prazer.
Justificativa
A leitura é uma habilidade humana que, segundo Paulo Freire (1997),
precede à escrita - só pode ser escrito o
mundo que foi anteriormente lido - e está intimamente relacionada com o sucesso
acadêmico do ser que aprende. Para KLEIMAN (2001), a palavra é patrimônio
da cultura letrada; assim, é preciso garantir ao cidadão a participação nessa
sociedade letrada.
Ler, assim sendo, não é uma atitude passiva, não se reduz a uma simples
decodificação de sinais gráficos, mas pressupõe uma atividade de reconstrução
de sentidos. Ela não é um ato solitário porque envolve o diálogo com o
interlocutor, que pode ser com diversos escritores. Leitura e escrita são
processos que se completam e complementam.
Considerando esses processos, na contemporaneidade, o nosso desafio é tornar
a leitura tão atrativa quanto os meios de comunicação e meios de
entretenimento. Através de atividades com fábulas, podemos desenvolver o
hábito, o gosto e o prazer pela leitura e pela escrita, pois trata-se de um
texto muito simples e geralmente atraente para o jovem.E nestes tempos em que
vivemos uma crise ou incertezas sobre ética e valores, a fábula se presta muito
bem para os debates sobre nossa vida real.
Objetivos
Ao longo do desenvolvimento do projeto, objetivos são modificados e/ou
acrescentados, de acordo com a diversidade do trabalho, suas necessidades e
parcerias. Em geral, pode-se destacar os seguintes objetivos:
- Suscitar nos estudantes o gosto e o desejo pela
leitura;
- Tomar conhecimento
de dados sobre a vida e obras do autor Monteiro Lobato;
- Incentivá
–los a trabalhar com as diferenças e as riquezas que existem em cada
pessoa;
- Reproduzir
o texto oralmente, individualmente ou coletivamente, mantendo a seqüência
dos fatos;
- Compreender
a moral explicita no texto;
- Descrever
o ambiente e os personagens da fábula;
- Narrar
fatos do cotidiano que tenham relação com a moral da história;
- Reescrever
texto mantendo a seqüência dos fatos;
- Perceber
as mensagens nas entrelinhas, estabelecer relações, criticar e descobrir
quem são os verdadeiros lobos, raposas, águias e formigas da nossa sociedade;
- Analisar
se as ações e atitudes dessas personagens são éticas e justas;
Metodologia
1 - Início
do Projeto:
·
Divulgação na
sala pela professora;
·
Relatos dos
alunos que participaram do projeto no ano anterior, suas experiências e sugestões para este ano;
·
Exposição dos
trabalhos feitos no ano anterior.
2 – Conhecendo
o autor:
·
Leituras e
pesquisas sobre a vida e obra de Monteiro Lobato;
·
Seminário sobre
a vida e as obras do autor.
3 –
Trabalhando com as fábulas:
- Levar para a sala de
aula livros, textos e vídeos de fábulas;
·
Explorar as características das fábulas;
·
Provocar discussão sobre o comportamento de cada
animal em seu ambiente;
·
Pedir para marcarem nos textos palavras ou trechos
que indicam ações humanas atribuídas aos animais;
·
Comparar o habitat natural dos animais com o da
história;
·
Levantar questões sobre a moral da fábula lida;
4
– Produção:
·
Reescrita das fábulas;
·
Ilustração das fábulas;
·
Realização de atividades específicas de ortografia,
gramática e interpretação textual;
·
Montagem do mural “Reescrevendo Fábulas”;
·
Momento de “Hora do Conto”, onde cada aluno levará
uma fábula para leitura.
5
– Ensaios para a gravação do CD:
- Treinar a leitura das fábulas em sala e
em casa.
6 - Cronograma de gravação.
7 – Lançamento do CD.
Avaliação
·
Elaboração do
relatório final (após as apresentações dos trabalhos).
Culminância
Gravação de um CD, fábulas
contadas pelos alunos e confecção de uma almofada de fábulas.
Referências Bibliográficas
Esopo – Fábulas Completas,
tradução de Neide Smolka – Ed. Moderna.
Fábulas, Monteiro Lobato –
Ed. Brasiliense.
PEÇA TEATRAL - FÁBULAS
(Professora)
_ Neste momento a turmaXXXXXXX traz a fantástica apresentação
deste mundo de fábulas.
ENTRA DONA BENTA E ASSENTA EM UMA
CADEIRA PREGUIÇOSA. OLHANDO PARA A PLATEIA.
D. BENTA: _Neste mundo, muita coisa eu já vi! Saci, Curupira, Cuca, Boneca
de pano falante...
ENTRA EMÍLIA.
Emília_Falando da minha pessoa dona Benta?!
D. BENTA,: _Emília! Que bom que chegou. Estou aqui fazendo uma pequena
avaliação das fábulas que conheço e como elas são importantes.
ENTRA PEDRINHO E NARIZINHO DISCUTINDO O
QUE É FÁBULA.
DONA BENTA E EMÍLIA OLHAM PARA ELES E
RIEM.
Pedrinho: _Narizinho não seja tão teimosa, as fábulas nos ensina de
forma suave aquilo que não conseguimos perceber entre uma atitude e outra.
Narizinho: _Eu sei disso Pedrinho, não estou teimando com relação a
isto. Olha a vovó com a Emília, aposto que estão falando de mil e uma coisa
interessante.
ENTRA VISCONDE.
Visconde: _Olá garotos! A vovó Benta pode nos contar muitas coisas das
fábulas, ou melhor, quem sabe até algumas fábulas.
Emília,: _Sentem todos, estou justamente interessada em escutar a dona
Benta contar suas histórias. Sem falar
que nesse mundo mágico em que vivemos, criaturas interessantes nos ensinam a
prática do bem conviver o tempo todo.
D.
BENTA: _Pois sim crianças, vamos fazer uma linda
viagem pelo mundo encantado das fábulas. Vou mostrar para vocês que lá os
animais têm um jeito todo especial de fazer as coisas acontecerem.
EMILIA, PEDRINHO,VISCONDE, NARIZINHO:_
Obáaaaaaaaaa
O LEÃO, O LOBO, A RAPOSA , O MACACO, A COELHA E A ONÇA.
Certa vez um leão muito velho e já caduco, andava no morre e não morre.
Mas apegado à vida e sempre esperançado, deu uma ordem aos animais para que o
visitassem e lhe ensinassem remédios para curar seu mau. Assim sendo, as coisas
começaram a acontecer. A bicharada inteira começou a fazer desfile para visitar
o rei lhe dar receitas ou conselhos.
APROXIMA-SE DO LEÃO.
Coelha; _Olá vossa
majestade, vim lhe trazer esses ramos para fazer um chá. Essa é a planta da
longevidade, vai deixar o seu DNA novinho, novinho. Espero que o senhor se sinta
melhor depois de beber um grande copo. Até mais ver. Tchau.
NO MOMENTO EM QUE A COELHA ESTÁ SAINDO
ELA ENCONTRA COM A ONÇA.
Onça)._ Olá amiga coelha espere-me, vou te dar uma carona, assim a
senhora chegará mais rápido a sua casa, deixa só eu entregar à majestade o seu
precioso remédio.
ENQUANTO A ONÇA ENTREGA O REMÉDIO PARA
O LEÃO, A COELHA DIZ:
Coelha._ Ela pensa que eu sou besta. Vou mostrá-la quem é
mais inteligente aqui!
SAI A COELHA MONTADA NA ONÇA. ENTRA O
MACACO.
Macaco: _Majestade, majestade, vim lhe dar alguns conselhos, mas levei um
susto tão grande ao ver a coelha e a onça saírem juntas que esqueci o que ia
dizer-lhe. Elas são amigas agora? O senhor ordenou amizade entre elas?
Leão._ Calma macaco! O interessante daquela história é
que a onça sempre se dá mal. rsrsrsrrs . Antes de ir embora macaco me responda,
onde anda a raposa e o lobo que até agora não vieram me visitar?
Macaco: _Tô vazando majestade, ali esta vindo o lobo, pergunte a ele,
saberá lhe responder melhor. Tchau, se cuida reizão.
ENTRA
O LOBO.
Leão:
_Tchau macaco. Olá seu lobo, onde anda a raposa, porque ainda não veio me
visitar?
Lobo: _Ah,
a raposa majestade! Eu sei. Ela é uma esperta, acha que vossa majestade, morre
logo e é bobagem andar e perder tempo com cacos de vida.
O LEÃO ENFURECE, ANDA DE UM LADO PARA
OUTRO, OLHANDO PARA A PLATÉIA.
Leão:
_Então é assim que ela me trata. Eu que sou o rei da floresta e que em
tudo mando. Vá buscá-la e traga-a nem
que seja debaixo de vara. Diga a ela para não se esquecer que eu sou o rei da
floresta.
SENTA NOVAMENTE EM SEU TRONO NERVOSO
ENQUANTO O LOBO SAI E VOLTA ACOMPANHADO DA RAPOSA.
Raposa: _Perdão majestade, não vim antes porque até agora andava em
peregrinação pelos oráculos, consultando-os a respeito da doença que abate o ânimo
do meu querido rei. E olhe, não perdi a
viagem, visto que lhe traga a única receita que será capaz de cura´-lo,
produzir melhoras ao seu estado real de saúde.
Leão: _Então diga logo o que é.
COM AR DE IRONIA OLHANDO PARA O LOBO.
Raposa: _É combater a frialdade
que entorpece os vossos membros com uma pele de lobo.
Leão: _ Pele de lobo?
Raposa: _Pele ainda quentinha de um lobo escorchado na horinha. E como está
aqui o mestre lobo, súdito fiel de vossa majestade, vai ele sentir um imenso
prazer em lhe emprestar a pele ao seu real senhor.
O
LEAO PEGA O LOBO QUE OLHA COM AR DE DESPRESO PARA A RAPOSA E SAI. VOLTANDO PARA
O PALCO COM UMA PELE DE LOBO SOBRE O CORPO.
Raposa: _Toma lobo, para intrigante, intrigante e meio. Vamos embora
majestade, dar um passeio por aí, aposto que já se sente melhor.
Emília : _Bem feito, essa raposa merece um doce. Com certeza o lobo
devia ser o mesmo que comeu a vovozinha e a menina de capinha vermelha.
Visconde:
_Claro que não, aquele morreu com golpes de machado na cabeça sua boba.
OLHANDO PARA A PLATÉIA.
Visconde: _Nas historinhas, as matanças nunca matam por completo. O morto
nunca que fica bem matado. Já viu quantas vezes o Peter Pan deu cabo no Capitão
Gancho? Ele continua cada vez mais gordo e ganchudo.
D.
BENTA: _ Por hoje chega, a raposa astuta encerrou
nosso momento de fábulas. Espero que tenham aprendido e gostado.
FIM.