terça-feira, 25 de setembro de 2012

Trabalho com o livro O Jardim Secreto


Trabalho realizado pela professora Gerusa na turma do 5º ano/EF 
Livro: O jardim Secreto - Adaptação Ana Maria Machado
Segmento: Ensino Fundamental

1 – A OBRA
              Um livro delicado, meigo e muito mágico. Conta a história da jovem Mary,uma menina mal-humorada e infeliz que acaba indo morar na casa de um tio seu, após o falecimento de seus pais.A casa é uma mansão nas charnecas,um lugar que ela escolhe odiar. Porém, vendo que não há outra forma e que ela terá que ficar lá, a menina decide explorar o local. Acha um velho jardim trancafiado em uma de suas explorações e decide cuidar dele com a ajuda de dois amigos. Mostra do começo ao fim o crescimento de Mary e de seus amigos.

O Jardim Secreto - Frances Hodgson Burnett

2- ANA MARIA MACHADO - BREVE HISTÓRICO
      Com 40 anos de carreira, mais de 100 livros publicados no Brasil e em mais de 18 países, Ana Maria Machado – patrona da V Feira do Livro do Marista Ipanema – tem um extenso currículo no mundo da cultura. Esta carioca de Santa Tereza estudou no Museu de Arte Moderna e cursou Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
            Foi a primeira autora infanto-juvenil a ser imortalizada na Academia Brasileira de Letras. Em suas obras predominam a ficção, no entanto, também publicou não ficção, com quatro livros de ensaios sobre as relações entre leitura e política e oito romances.
               Ana Maria, em 1993, tornou-se hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Ainda ganhou, em 2000, o Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da Literatura Infantil Mundial e, no ano seguinte, recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra, entre outros.
             Guerreira, Ana Maria lutou contra a censura e liderou uma campanha para que fossem modificados os critérios da Biblioteca Nacional, exigindo para as mulheres o registro do contexto histórico de suas obras. Além disso, há 20 anos trabalha na formação de professores nos países em desenvolvimento na América Latina, sempre com o objetivo de valorizar a literatura e a educação e de contribuir para o pluralismo cultural e a tolerância.
       
 3 - TRABALHANDO COM O LIVRO

AS PERSONAGENS

1 - Associe as personagens às suas características ou aos fatos a elas relacionados.

(a) Mary Lennox      (   ) Trabalhava como criada na casa do senhor Archibald Craven.
(b) Archibald Craven          (   ) Achava que ia logo morrer. Era muito mimado e mandão.
(c) Senhora Medlock          (   ) Velho jardinheiro que falava errado e se dizia feio e rabugento.
(d) Marta                    (   ) Tinha doze anos e gostava de tocar flauta. Fuligem era seu bicho de estimação.
(e) Dickon                 (    ) Viúvo sério e desanimado, morava em um casarão isolado no meio do campo.
(f) Bem                      (    ) Mulher tagarela que trabalhava como governanta na casa do senhor Craven.
(g) Colin Craven      (   ) Nasceu e morou algum tempo na Índia. Ficou órfã aos nove anos.


2 - Quem contou a Mary sobre a existência de um jardim secreto?
(    ) Dickon               (    ) Colin      (     ) Bem                  (    ) Marta


3 - Mary achava que uma das personagens tinha uma característica que a fazia parecer mágica. Quem era?


4 - Que característica era essa?


5 - De acordo com a história, que personagens cuidaram do jardim secreto?

(    ) Archibald           (    ) Colin      (    ) Bem
(    ) Marta                  (    ) Mary       (    ) Dickon


RELEMBRANDO A HISTÓRIA

6 - Onde mary Morava antes e por que teve de sair de lá?
7 - Para onde ela foi levada?
8 - Duas mulheres acompanharam Mary na viagem. Quem era? Que meios de transporte elas utilizaram? Explique como foi.
9 - Mary descobriu um jardim trancado perto da mansão. Que jardim era esse? Quem o havia trancado e por quê?
10 - Como foi que a senhora Craven faleceu? Explique.
11 - Como o jardineiro Bem sabia que a primavera estava chegando?
12 - Depois que Mary começou a passear pela charneca e cuidar do jardim secreto, o que mudou na sua aparência e no seu comportamento?
13 - No tempo em que passou a história, não havia luz elétrica nem automóveis. Cite um trecho do livro que comprove cada afirmação.
a)     Não havia luz:
b)     Não havia automóveis:

OS LUGARES DA HISTÓRIA

14 - Mary nasceu e morou na Índia até os nove anos e depois foi levada para a Inglaterra. Em que continentes ficam esses países?

15 - As cidades ou regiões abaixo pertencem a dois países diferentes. Consulte um atlas escolar e marque 1 para Índia e 2 para Inglaterra.
(    ) Bombaim                (    ) Manchester
(    ) Calcutá                    (    ) Madras
(    ) Bristol                      (    ) Caxemira
(    ) Nova Délhi             (    ) Lancaster
(    ) Derby                       (    ) Avon
(    ) Londres                   (    ) Cochin

16 - Coma  a ajuda de um atlas escolar, localize no mapa e pinte de verde a Inglaterra e de amarelo a Índia. Encontre também a Austrália, país para onde o senhor Craven viajou, e pinte-a de azul.


PONDO ORDEM NA HISTÓRIA

17 - Numere os fatos abaixo na ordem em que ocorreram na história.

(    ) A mãe de Marta manda de presente a Mary uma corda de pular.
(    ) A rabugice de Bem deixa Colin tão nervoso que o faz levantar da cadeira de rodas.
(    ) A menina é levada para a casa do tio no interior da Inglaterra.
(    ) Chega a primavera, tudo se enche de flores, e a brisa da charneca fica morna e perfumada.
(    ) Marta conta a Mary sobre o jardim secreto.
(    )Mary encontra uma chave
(    ) Mary conhece Dickon e mostra a ele o jardim secreto.
(    ) Mary conhece o senhor Craven. Na mesma noite, descobre que é de Colin o choro misterioso que ouviu.
(    ) O pai de Colin chega mais cedo da Áustria e encontra as crianças brincando felizes no jardim secreto.
(    ) Mary ouve um choro abafado.
(    ) Mary leva Dickon e seus bichinhos para uma visita a Colin.
(    ) Vítimas de uma epidemia, os pais de Mary morrem na índia.
(    ) Colin começa a andar sozinho, sem o auxílio da cadeira de rodas.
(    ) Ben ensina Mary sobre os sinais da chegada da primavera.
(    ) Colin e Mary discutem
(    ) De tanto ouvir Mary falar das maravilhas do jardim, Colin decide levantar-se e sair do quarto para ir conhecê-lo.
(    ) Mary entra no jardim secreto e começa a trabalhar lá todos os dias.
(    ) Mary conta a Colin que Dickon achou um lindo carneirinho recém-nascido ao lado da mãe morta.
(    ) Dickon e Mary levam Colin até o jardim secreto na cadeira de rodas.

USANDO A CRIATIVIDADE

18 - Desenhe nos espaços abaixo as seguintes situações:
a)     Colin em seu quarto, deitado em sua cama de dossel.
b)     Mary brincando coma corda de pular
c)      Dickon com Fuligem no ombro e um carneirinho ao lado.

A ESCRITORA

Frances Hodgson Burnett nasceu em 1849, em Manchester (Inglaterra), e morreu em 1924, em Nova York (Estados Unidos).

Pesquise em uma enciclopédia e assinale a alternativa correta sobre os fatos da vida da escritora.

19 - Por que ela e a família emigraram para os Estados Unidos em 1865?
(    ) A vida na Inglaterra estava muito chata.
(    ) Passavam sérias dificuldades financeiras desde que o pai morrera.
(    ) Frances tinha sido prometida a um noivo americano.

20 - Qual a cidade americana para onde foi a  família Hodgston? Por quê?
(    ) Nova York, porque já era a maior e mais agitada cidade dos EUA.
(    ) Chicago, porque era muito parecida com sua cidade natal.
(    ) New Market, em busca de ajuda de familiares maternos.

21 - Com que idade a autora começou a publicar contos? Onde eles apareceram pela primeira vez?
 (    ) 19 anos – Godey’s Ladies’ Book
(     )40 anos – Harper’s
(    ) 23 anos – Paterson’s Ladies’s Magazine

22 - Depois de adulta e conhecida, Frances Hodgson Burnett ainda morou:
(    ) em Porugal
(    ) na Espanha
(    ) na Inglaterra

23 - A escritora fazia muito sucesso emtre os leitores de sua época. Ao lado de O jardim Secreto, qual é a história infantil pela qual ela é bastante conhecida?
(    ) O pequeno Lord Fauntleroy
(    ) A bela e a fera
(    ) Chapeuzinho vermelho

UM POUCO DE LÍNGUA PORTUGUESA

24 - Vamos transformar duas frases em uma? Siga o modelo e use os pronomes que ou onde, conforme o caso.
a)     O pai de Mary tinha um cargo muito importante. Ele era bastante ocupado.
O pai de Mary, que tinha um cargo muito importante, era bastante ocupado.

b)     Mary não fazia idéia do que era uma charneca. Ela não queria perguntar.
c)      Mary Lennox viajou para Londres. Lá, a senhora Medlock a esperava.
d)     A menina foi levada a um quarto confortável. Um prato de comida quemte esperava por ela.
e)     Dickon era muito jeitoso com animais. Ele tinha um corvo de estimação.

25 - Adjetivos são palavras que caracterizam os substantivos, dando-lhes quelidade, estado, modo de ser ou aspecto. Relacione cada substantivo ao adjetivo mais conveniente, de acordo com o livro:


(a)   mãe
(b)   menina
(c)   pai
(d)   viagem
(e)   epidemia
(f)     casarão
(g)   estrada
(h)  jardineiro
(i)     bochecha
(j)     vento


(    ) Esburacada
(    ) Uivante
(    ) Longa
(    ) Rosada
(    ) Lindíssima
(    ) Imenso
(    ) Ocupado
(    ) Antipática
(    ) Horrível
(    ) Rabugento

  




terça-feira, 4 de setembro de 2012

Onde realizar capacitações gratuitas?


A educação continuada é uma forma de aprendizagem destinada a quem deseja ou precisa se aperfeiçoar em determinada área. Esse tipo de educação considera todas as pessoas como potenciais alunos, independentemente da sua idade ou formação acadêmica, sendo ideal para professores que buscam uma qualificação. Além disso, serve não só para o contexto profissional, mas também para pessoas que buscam um aprimoramento pessoal, com a intenção de obter novos conhecimentos. 
O processo de aprendizagem pode ser feito gratuitamente; basta que os interessados procurem cursos, workshops, seminários, conferências e outros formatos de educação continuada mais adequados para sua realidade. 
Como todos os profissionais precisam estar constantemente atualizados, a educação continuada é recomendada, independentemente da área de trabalho, pois a participação em cursos de educação continuada pode contribuir bastante, não apenas para a obtenção de novos conhecimentos, mas também para enriquecer o currículo dos docentes.

Cursos de Educação à Distância

Os cursos à distância são as principais alternativas para quem procura educação continuada gratuita. Essa iniciativa, presente em muitas instituições de ensino, permite o acesso ao conhecimento, sem a necessidade de aulas presenciais, sendo uma grande vantagem para quem deseja realizar cursos em instituições de outros estados, ou, até mesmo, de outros países.
A educação à distância (EAD) pode ocorrer a partir de meios de comunicação impressa ou via transmissões eletrônicas, tanto por CDs e DVDs quanto por sites. Assim, os alunos ficam interligados com os professores, sem restrições de horário ou de local. 
Para fazer um curso de pós-graduação ou mestrado por educação à distância gratuita, é só se inscrever na Universidade Aberta do Brasil (UAB), que oferece um sistema integrado entre instituições públicas que disponibilizam cursos superiores para camadas da população com dificuldades financeiras. 
Por fim, é possível procurar instituições de ensino que oferecem educação continuada por meio de startups, como 2tor, Udemy, EdX, Voxy e Noodle, que não se restringem ao território nacional. Essas são algumas dicas para os profissionais que buscam um aperfeiçoamento constante, para que possam ter melhores oportunidades na carreira.

DISORTOGRAFIA

Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita, junção (aglutinação) ou separação indevidas das palavras, confusão de sílabas, omissões de letras e inversões. Além disso, dificuldades em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação.
Devido à essas dificuldades o indivíduo prepara textos reduzidos e apresenta desinteresse para a escrita. A Disortografia não compromete o traçado ou a grafia.
Um sujeito é disortográfico quando comete um grande número de erros. Até o 3º ano é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo.
CausaConsidera-se que 90% das disortografias têm como causa um atraso de linguagem ou atraso global de desenvolvimento

Dia das Crianças Solidário

Os alunos dos cursos de letras e pedagogia da Unopar - Polo Almenara realizaram em 2011 na Escola Estadual Joviano Naves, um projeto intitulado Dia das Crianças Solidário.Com o projeto, os alunos dos cursos citados puderam realizar momentos de análise, reflexão e questionamentos sobre a importância da solidariedade e da cooperação na vida individual e social. 
Espero que este ano, todos os alunos e funcionários estejam empenhados na execução do projeto como estiveram em 2011.
Abaixo, compartilho um pouco do projeto.



- Projeto –
Dia das Crianças Solidário

“Seja a mudança que deseja ver no mundo.”
(Gandhi)

Unopar - Pólo Almenara
Cursos envolvidos: Letras e Pedagogia
Coordenadores: Cláudia, Cristiane, Gerosina e Renzo.
Instituição Beneficiada: Escola Estadual Joviano Naves
Ano: 2011.

APRESENTAÇÃO
            O Projeto “Dia das Crianças Solidário” almeja propiciar momento de análise, reflexão e questionamentos sobre a importância da solidariedade, e da cooperação na vida individual e social. Propiciar também momentos de interiorização, autoconhecimento e respeito, para o resgate de valores importantes para que os acadêmicos  possam trilhar o mesmo caminho, mas com um novo jeito de caminhar; priorizando a formação de um novo mundo, mais humano e melhor.

JUSTIFICATIVA
            O homem sendo um ser social necessita refletir, questionar a sociedade que habita. A vida social é repleta de relações contraditórias que muitas vezes são responsáveis pelas desigualdades sociais.
            Propiciar a reflexão e a discussão para a aquisição de novas atitudes para a construção de um mundo melhor por meio de um projeto Solidário é dever de todos os educadores. 
            Para tanto, foi criado este projeto visando aproximar os acadêmicos dos cursos de Letras e Pedagogia da realidade da nossa cidade, sensibilizando-os de acordo com as experiências que terão no decorrer do seu desenvolvimento.

OBJETIVOS
Geral
Refletir sobre a situação social das crianças do nosso município.
Específicos
·         Conhecer a realidade social da nossa cidade;
·         Resgatar atitudes de cooperação, participação e responsabilidade;
·         Arrecadar e distribuir guloseimas;
·         Incentivar a participação social.
·         Realizar apresentações de canções, danças e teatros;
·         Realizar atividades de artes, desenho e pintura;
·         Realizar brincadeiras, expressando emoções, sentimentos, pensamentos desejos e necessidades.

METODOLOGIA
1 – Análise e elaboração do projeto.
2 – Repasse do projeto aos acadêmicos.
3 – Organizações das oficinas

CRONOGRAMA
ü      De 26/09 a 01/10/11
·         Apresentação e sensibilização do projeto para as turmas.
ü      03 a 08/09/11
·         Organização das oficinas, lanches e apresentações.
ü      08/09/11
·         Ato solidário – culminância do projeto na Escola Estadual Joviano Naves.
ü      De 10 a 15/10/11
·         Avaliação do projeto.

ATO SOLIDÁRIO – CULMINÂNCIA
1ª ação: Teatro com a Boneca Patty 
2ª ação: Oficinas de Contação de Histórias
                        Oficina 1 – Coordenadora Cláudia: 01 turma de 4º ano – 23 alunos
Oficina 2 – Coordenadora Cristiane: 01 turma de 4º ano – 25 alunos
Oficina 3 – Coordenadora Gerosina : 02 turmas de 5º ano – 48 alunos
Oficina 4 – Coordenador Renzo: 01 turma de 5º ano – 25 alunos
3ª ação: Circuito de atividades
  • Encher 7 garrafas pet com areia e colocar uma bandeirinha com o número da estação.
  • Recortar TNT ou papel crepom e marcar as crianças com as cores das bandeiras de cada estação.
1ª Estação – Pneus (  pular com 2 pés)
2ª Estação -  Barras (pular as barras)
3ª Estação – Espaguetes ( saltar)
4ª Estação - Bambolê ( pular com 1 pé)
5ª Estação – Garrafa pet. ( correr fazendo zigie-zague)
6ª Estação – Corda ( saltar a corda em zigue-zague)
7ª Estação – colchonetes ( rolar)

RECURSOS
Humanos:
  • Funcionários da Unopar – Pólo Almenara
  • Acadêmicos dos cursos de Letras e Pedagogia

Materiais
Oficinas
Lanche
Sacolinhas
Quant.
Descrição
Quant.
Descrição
Quant.
Descrição
02 resma
Papel sulfite
200
Cachorro - quente
200
Pirulito do Chaves

Giz de cera
30
Refrigerante de 2L
6
Balas

Tinta guache
200
Pipoca
6
Chicletes
02
Microfone
200
Picolé
200
Pipocão
01
Cx de som
200
Algodão-doce
200
Sacola de papel
01
DVD
200
Gelatina

Outros
03
Colchonetes
200
Mini bolos


03
Barras




04
Pneus




06
Espaguetes




05
Bambolê




20
Garrafa pet




02
Corda





TNT ou papel crepom





AVALIAÇÃO
·         Elaboração do relatório final.
·         Elaboração de uma ficha avaliação do projeto.

RESULTADOS ESPERADOS
            Espera-se com o desenvolvimento deste Projeto - Dia das Crianças Solidário – que todos os acadêmicos dos cursos de Letras e Pedagogia, sintam a necessidade de refletir, questionar a sociedade em que vivem e que eles possam proporcinar novas atitudes para a construção de uma vida melhor.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O DILEMA DAS AULAS PARTICULARES


O baixo rendimento de um aluno ao longo do ano costuma levar a família a uma corrida contra o tempo: para que ele não perca o ano letivo, sobrecarrega-se o filho com aulas particulares no quarto bimestre.


A atitude, porém, é reprovada pelos especialistas em educação. Além da pressão psicológica e do cansaço físico que acarretam, as aulas particulares podem enfraquecer o compromisso da escola com o ensino. “Não mais do que 3% a 7% das crianças apresentam alguma dificuldade real de aprendizado – decorrente, por exemplo, de problemas de visão ou audição, dislexia ou algum tipo de comprometimento neurológico”, diz Silvia Colello, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Fora desse universo restrito, cabe ao time pedagógico da escola atender de forma eficaz os alunos com diferentes ritmos de aprendizado, elaborando estratégias de ensino diversificadas e oferecendo plantões ou aulas de reforço. A seguir especialistas comentam os pontos que devem ser avaliados quando as notas vêm baixas.

Participação dos pais

O primeiro passo para entender porque seu filho está indo mal é acompanhar de muito perto a vida escolar dele. Oferecer um espaço tranquilo para que ele estude, supervisionar seus boletins, conferir sua lição de casa e anotações feitas em aula, nos cadernos – além de ouvir com atenção o que ele tem a dizer sobre a escola e os professores -, são deveres dos pais. O objetivo não é pressionar o aluno a se destacar dos colegas nem fazer a lição de casa por ele: é dar amparo para que ele progrida por seus próprios esforços. É uma boa ideia também estimular o interesse pelas matérias nos horários de laer, comprando livros ou visitando exposições. Finalmente, é fundamental que os pais conversem regularmente com os professores, para conhecer em profundidade o método do colégio e o comportamento do filho no ambiente escolar. “O sucesso do aluno depende da parceria dos pais com a equipe pedagógica”, diz Rui Alves, diretor de ensino do Colégio pH, no Rio de Janeiro.

Empenho do aluno

É preciso avaliar – e reconhecer – quando é a própria criança ou adolescente quem criar barreiras para o aprendizado, ao negligenciar o que é dito em sala de aula, ignorar as lições de casa e recursar-se a participar de atividades organizadas pelo colégio. Escassez de anotações ou informações incorretas no caderno são sinais de desorganização e desatenção. “Na maioria das vezes, é a falta de disciplina do aluno o motivo de seu baixo rendimento”, diz Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice, em São Paulo. A saída, aí, é estabelecer uma disciplina para a criança e acompanhá-la passo a passo, todos os dias, até que ela tenha se tornado uma segunda natureza. Vai dar um trabalho danado, mas vale a pena. A lição fica para a vida toda.

Metodologia de ensino da escola

A explicação para o desânimo do aluno pode estar no método da escola. Se em casa a criança usa o computador ou o tablete, joga games e tem acesso a internet, é natural que se sinta entediada quando a obrigam a passar horas copiando frases da lousa. “A metodologia deve ser compatível com a realidade do aluno. Uma criança cercada de tecnologia precisa de dinamismo para motivá-la”, diz Silvia Cotello, da USP. Ou seja: não adianta, por exemplo, tentar compensar o ambiente liberal de casa escolhendo uma escola rigorosa e conservadora. O único resultado será tornar a criança infeliz e desconfortável. A especialista lembra ainda que irmãos podem não se adaptar a mesma instituição de ensino. “Muitas vezes, a escola que é boa para um filho é ruim para o outro”. Nesses casos, em vez de tentar mudar o filho, pode ser mais produtivo mudar de colégio.

Dificuldade em habilidades básicas

A criança até parece levar jeito para o raciocínio matemático – mas, na hora de resolver a lição, não sabe nem por onde começar. O problema talvez não esteja na matemática, mas sim no português: é o enunciado da questão que ela não entende. Nesses casos em que a dificuldade de aprendizado não está associada ao conteúdo da matéria, é claro que as aulas de reforço daquela disciplina não vão adiantar nada. Se os professores da criança não se tocaram desse fato comum da vida, é sinal de que eles é que não estão prestando atenção na sula. Converse, cobre, insista e encoraje: reforços bem direcionados em geral bastam para pôr tudo de volta nos trilhos. “Os professores e pedagogos têm de ser capacitados para identificar dificuldades com habilidades básicas como leitura e interpretação de texto ou compreensão das sentenças matemáticas”, explica Neide Noffs, coordenadora do curso de psicopedagogia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

Defasagem de conteúdo

Segundo os especialistas, trata-se de única situação em que as aulas particulares são benéficas. A defasagem acontece principalmente quando a criança muda de escola e passa a frequentar uma instituição mais exigente, ou quando se afasta por período longo, por doença ou outro problema familiar. Nesse caso, as aulas de reforço são a melhor solução para o aluno alcançar o nível os colegas. Outra possibilidade: o aluno diz que vai mal em química porque “detesta” a matéria. Aí, volta-se ao segundo item deste guia, aquele referente ao empenho: não se pode fazer só aquilo de que se gosta, e o emprego do aluno é estudar……

O momento para começar

Em geral, os pais aflitos recorrem às aulas particulares aos 45 minutos do segundo tempo, como uma medida desesperada para salvar o ano letivo. “É um erro grave deixar as aulas de reforço para o último bimestre, pois o conteúdo que o aluno deixou de aprender nos primeiros meses seria justamente a base para o resto do ano. Sem esse conhecimento básico, as dificuldades nos meses seguintes são inevitáveis”, diz o professor Garcia. Os colégios que oferecem aula de reforço e plantões de dúvidas aos alunos com rendimento insatisfatório procuram resolver o problema assim que ele surge. No Vértice, em São Paulo, e no pH, no Rio de Janeiro, por exemplo, o reforço entra em cena assim que aparecem as primeiras notas baixas, nos primeiros meses do ano letivo. Trocando em miúdos, o primeiro bimestre é o da avaliação; o segundo, o da ação.

Transtorno ou travessura?

Os especialistas alertam para o excesso de diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TFHA) entre crianças na fase escolar.

Com tantos estímulos – celulares, games, computadores -, as crianças multitarefas podem se entediar facilmente ao realizar tarefas que consideram monótonas. Quando obrigadas a permanecer sentadas por várias horas na sala de aula, então, a perda de paciência e concentração é quase inevitável –e, na esteira dela, vêm as notas baixas. Daí para a suspeita de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é, hoje em dia, um passo. O questionário mais comumente usado para diagnosticar o distúrbio, porém, não é unanimidade entre os especialistas. A psicóloga Marilene Proença, da Universidade de São Paulo, explica: as perguntas não são contextualizadas nem sofrem adaptação para diferentes faixas etárias. Ou seja, questões como “tem dificuldade para esperar sua vez?” e “fala em excesso?”, além de subjetivas, servem para avaliar crianças de 3 a 12 anos, que têm noção de tempo muito diversas e estão em estágios de sociabilidade distintos. Marilene Proença é membro da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional e do Fórum sobre Medicalizacão, grupo composto de pediatras, professores e outros profissionais de saúde e educação que discute o uso de medicação para tratar comportamentos. “O limite entre as atitudes típicas da infância e um distúrbio neurobiológico é em parte cultural e nem sempre objetivo”, diz a psicóloga. O tratamento envolve medicamentos que têm forte impacto sobre o sistema nervoso central e podem causar efeitos adversos como dor de cabeça, náusea e taquicardia. “Um diagnóstico impreciso de TDAH implica usar medicação para resolver um problema que na maior parte das vezes é pedagógico”, diz Marilene. A recomendação, portanto, é de cautela: se houver suspeita da TDAH, o ideal é buscar o veredicto de vários profissionais antes de decidir-se pelo emprego de medicamentos.

Estudar por lazer

Parece sonho, mas alguns alunos gostam, e muito, de estudar. Quando há facilidade em aprender e interesse maior da criança por uma matéria especifica, os pais chegam a um (agradável) impasse: investir no talento do filho com atividades relacionadas à disciplina preferida, ou abordar outras áreas do conhecimento a fim de manter o equilíbrio? Segundo os especialistas, todo incentivo é bem-vindo. Ou seja, se a criança gosta de literatura, de fato vale estimular o escritor potencial que há nela. Mas não sem antes considerar algumas questões:

1 – É importante garantir que a criança tenha um tempo reservado às brincadeiras, sem responsabilidades de cumprir horários e tarefas.

2 – Os pais não devem descuidar das outras áreas acadêmicas. Ou seja, as atividades extras não devem sobrecarregar a criança nem afetar as notas de outras disciplinas.

3 – O ideal é diversificar, mesmo que dentro da área de interesse da criança. Se ela demonstra fascínio pelas aulas de artes, pode frequentar cursos de desenho, pintura e música. Para os que têm facilidade em matemática, há cursos de informática, robótica e até aeromodelismo.

4 – Ensino os colegas de escola que precisam de uma mãozinha na matéria é um excelente exercício, já que criar explicações para fazer o outro entender reforça o conhecimento. Também para o amigo-aluno há vantagens: “É mais fácil aprender quando se é ensinado por alguém da mesma idade”, diz a psicopedagoga Neide Noffs, da PUC-SP.

11/04/2012 | Revista Veja - SP (Guia Veja) - pag.: 116-118